Manifesto
Entre salas, cadeiras, cadernos, espaços abertos, janelas, lápis e gizes, a escola, antes de tudo, é um lugar de encontro.
Seja entre alunos, entre professores e pais, entre duas línguas distintas, entre histórias e famílias totalmente diversas, a escola é um ambiente no qual a vida em comunidade se inicia para as crianças e se renova e atualiza para pais, professores e funcionários.
Uma escola aberta à comunidade, que tece relações com o espaço em que ela está inserida, que dialoga com a cidade que habita, é uma escola afeita à ideia de um processo educacional que se dá a partir das interações.
A interação social favorece a aprendizagem, a interação do sujeito com o meio também. Por isso a necessidade de construir espaços de ensino abertos, com frestas, passagens, caminhos vários para que cada criança possa traçar o seu próprio conforme tudo aquilo que traz consigo.
Por isso a necessidade de educadores/mediadores que propiciem e estimulem conexões humanas para além da sala de aula, expandindo o espaço e os muros da escola.
A escola é lugar para olhar além, para olhar através, para aprender a ver junto e construir em conjunto com o outro. É um espaço para florescer percepções, iluminar caminhos, tecer e trançar futuros e sonhos possíveis.
É preciso estruturar experiências de aprendizagem de modo a privilegiar a colaboração, a cooperação e o intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento, para assim criar algo duradouro.
E é entre esses espaços, entre os olhares e idiomas, entre veredas e cantos, entre contos e tempos, entre dias e passos, que surgem brechas, que surgem palavras em comum, que surgem experiências de troca, saberes e afetos. E são esses espaços que propiciam interações entre pessoas, e entre as pessoas e os ambientes que as cercam e que, portanto, educam a partir do diálogo, do respeito e da vida comunitária.